Para quem pensou ser impossível Portugal qualificar-se para o Mundial de 2010 com Duda e Paulo Ferreira a laterais enganou-se. A selecção de todos nós como é apelidada por alguns, não por todos como ficou bem visível nesta campanha, fez um excelente jogo contra todas as expectativas dos adeptos bósnios e de muitos portugueses.
A chegada de Portugal à Bósnia não podia ter sido mais agradável. Alguns insultos e gestos com as mãos por parte dos adeptos bósnios na direcção dos jogadores portugueses devem de ter trazido à memória de como é divertido conduzir em hora de ponta nas estradas portuguesas. Português que é português não terá visto aquilo de outra maneira senão como meros cumprimentos.
Na deslocação para o estádio algumas garrafas de água foram lançadas em direcção ao autocarro da nossa selecção, o que permitiu ver que afinal os bósnios até mostraram ser um povo simpático. Para um país que vive todos os dias sobre um clima de instabilidade e alguma guerra interna, as garrafas de água aos olhos dos jogadores portugueses pareceram rosas.
Um pouco mais grave mas muito oportuno foi a assobiadela monumental que se fez sentir na altura em que A Portuguesa, o hino nacional português, se começou a ouvir no estádio. Oportuno porque com o enorme barulho evitou-se ouvir a tentativa de Liedson, Pepe e Deco cantarem o nosso hino em versão fórro.
Um dos homens do jogo, Raúl Meireles, podia ter feito o jogo da sua vida se tivesse transformado em golo todas as oportunidades de que dispôs. A certa altura até pensei mesmo que estava a ver um jogo do Sporting, tal não era a quantidade de bolas falhadas ali à boca da baliza, onde qualquer Caicedo marcaria. Talvez não!
Quem também parou para festejar logo após o apito do árbitro a nossa vitória foram os postes das duas balizas do Estádio da Luz, que ainda se encontravam a tremer desde sábado passado. As duas barras e um poste da Luz fizeram muito bem o seu trabalho arriscando-me mesmo a dizer que foram eles os nossos melhores jogadores deste play-off.
Força Portugal.
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